quarta-feira, 1 de abril de 2020

afogados

que o amor é o delírio da ressaca 
mar entrando na boca em costa rasa 
as mãos delicadas a fúria do adeus 
penso que nessa infância o sonho
desconhecido é o amor entrando na fala
é o amor conhecendo a cidade 
dos balanços, do mar surtando 
o encontro do corpo inchado 
o quilo de vida suspensa a borda do rosto
instante ácido ainda na boca
do amor se encontrando com as placas 
e a direção, a estrada e o caminho 
de casa, aqui dentro tudo inunda
aqui permanecemos fundo 

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