assim é
como me olham,
me furam os olhos,
me furam os olhos,
assim rangem o meu nome
não que seja mera coincidência 
até faz sentido quando 
me olho,
mas percebo meu olhar
mas percebo meu olhar
estar contaminado
não que eu fosse uma pessoa corriqueira
e tivesse o rosto estampado 
ou vivesse na moda
do seu tempo, claridade
do seu tempo, claridade
não que eu não fosse diferente 
daqueles exilados,
dos que no mar
dos que no mar
cantam que doce seria morrer aqui
dos que vivem no/pelo limite 
daquilo que corta, traduz
e se alonga
e se alonga
uma regra secreta
a si mesma
a si mesma
mas é que eu esperava
pelo menos
pelo menos
metade do entendimento,
de matéria
de matéria
dos selvagens, dos amáveis, dos brutos
das bruxas, dos covardes, 
dos palavreiros, dos coitados, 
dos sarados, dos sagrados, dos esquálidos, 
dos inchados, dos ascos, etc
esperava que meu rosto
não se diluísse
na memória dos lembrados
não se diluísse
na memória dos lembrados
e que aos cultos não fosse indiferente
o meu intendimento, o calor da busca
mas assim como os loucos 
ou os vadios, os judiados 
ou quem quer que seja 
eu sou uma completa estranha 
e o que me estranha é sermos tão comuns 
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