terça-feira, 7 de abril de 2020

sonho de uma noite de fim do verão

imaginei as nossas mãos
em forma de concha 
viscosas, o suor em demasia 
do calor das cartas

o carinho das suas curvas 
decidindo por qual caminho seria 
o maior perigo em meu corpo

sem medir retorno, sem temor
de percorrer sozinho, a vida 
que te torna polido

que revida na cama o gosto 
que eu nunca te dei 
eu imaginei tantas trivialidades, 
o satisfazer de Dionísio
as cartas na mesa

o sopro da manhã ao seu lado 
mais serena, mais gentileza
conosco, deitar e acreditar 
que amanhã não seria apenas 
um sonho 

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