foram aqueles iniciados 
pelos poemas despreparados
eu não visualizava contornos
mas assim como uma chuva meiga 
no início da manhã 
eram minhas mãos tremendo 
por brincar com versinhos
e assim dava início a tempestade
me inundava, e depois era a doença 
sentia o corpo latejar 
o sentimento devastador de remar 
em um barco no olho da tormenta
e eu que não saberia nadar 
até a superfície ou a ilha 
sequer tendo entrado em terra
eu me sentia imensa 
e o desespero ora batia na proa 
ameaçando meu naufrágio 
ora me fazia bater as mãos
então decidia ser a hora de desfrutar 
do peso acima do meu corpo 
e boiava em plena perdição
foram amores infindos 
ainda que olhasse cada vez mais fundo 
ainda que flutuasse cada vez mais dentro 
Nenhum comentário:
Postar um comentário