agora eu vejo você redimir os outros 
a vela enferrujada do seu barquinho lilás 
entrando e saindo com a pressa de quem 
não tem nada e ainda assim puxa o cigarro
detrás dos ouvidos parando no meio 
entre a boca você inda reclama dos juros
o amor em suas mãos parece um bicho
que cheira a comida e volta pra casa 
quando bem quer você o deixa dormir
e ainda se diz amado e ainda se vê no reservado
com a mesma bulimia e o suor encorpado
o seu terno macio o seu roupão seco
senão a ilha a casa que nunca existiu 
aquele lugar no qual nos reencontraríamos 
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