não como quem procura uma pérola
no centro dos meus famigerados 
corais pontudos, tesos 
ou como quem com as mãos em concha 
prende numa toca o rato de olhos vermelhos
me agarre com as suas unhas
sim como quem anula as leis da matéria
e simplifica a dimensão de um átomo
em labareda rondando o espaço
ou como quem com fome beija o laço
e se permite a singeleza de um artesão 
me ame e agarre assim feito quem
uva por uva prepara um cálice 
e fermenta o pão
e passa o café na calcinha 
e alivia a dor do tendão
ame como quem espera a hora da minha partida 
como quem agarra o instante da minha chegada 
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