terça-feira, 7 de julho de 2015

pedalinho

eu não sei se notou
mas a cidade está mais cheia

e íntima
e doida varrida 
não sei se notou que te olho
quando há uma distração em sua fala
momento em que me nutro de harmonia e instabilidade

não sei se notou 
mas somos as desequilibristas 

o Cristo fica colorido em dias específicos
e a lua tem aparecido antes das cinco
no instante em que você pega a sua bicicleta
e equilibra a própria vida entre o meu coração
e o espacinho instável do asfalto 

que a minha boca quer morar 
em seu corpo feito se te adorasse
mas não sei se notou 
e olha que eu te adoro 

Um comentário:

  1. Quem não teme tem culpa, e nesse caso todos somos culpados, de querer imaginar-se nesse pedacinho de asfalto, nesse caos que tua anota com carinho.
    Sempre bom e alegre, te ler.
    Abraço e boa semana.

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