se não me levasse tão a sério
me levaria pra cama 
de quatro 
rezando pelo nosso pecado
que só existe quando escrevo com 
a língua na pele 
em carne 
ríspida 
o suicídio de um verso mal gozado
ao menos me entregaria algum 
resumo 
seja o seu número 
ou um olhar mais dócil 
do esse perdido no próprio tumulto
não me deixaria esperando por notícias 
sobre o novo tom da sua camisa engelhada
sobre o novo tom da sua camisa engelhada
na gola por culpa 
quem sabe?
quem sabe?
de alguma briga 
quem sabe inteiramente minha
estou sugerindo soluções 
menos dramáticas
e mais sutis do que esse seu exército 
de desdém construído 
como armadura 
é que preciso ser levada a outro lugar 
menos formal
onde possa ficar
menos formal
onde possa ficar
tão nua e sua 
quanto as letras soltas endeusadas 
em um papel inerte 
e possa sambar junto ao ritmo de 
suas
veias 
agressivas 
saltando do corpo 
até que o coração nos recorde 
que a poesia 
tem nome 
mas 
as vagas estão lotadas 
e os vagões 
enquanto nós vagamos vazios 
se não me levasse
tão a sério 
eu diria que te levo também 
o que você faz com a poesia, com as palavras, é pecado, gyzelle.
ResponderExcluiré tudo tão bom que realmente não sei o que te dizer.
Que boniteza...
ResponderExcluirSer livre no outro. Fico sempre sem palavras ao te ler, e é bom.
ResponderExcluirMuito raramente não te levar a sério, seria uma opção. Tua poesia me leva pra passear contigo, me faz um personagem coadjuvante, desses que voam pelas as letras e querem sentir o tom por detrás delas, sempre procurando um tesouro e achando na beleza final de cada frase que teu verso completa. Eu já disse que amo todas as palavras em ti, e é verdade, porque te ler me enche de alegrias
ResponderExcluirAbraço e boa semana.