quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Por que ainda escrevo sobre o carteiro!?

Contei os passos que ele daria até a padaria e voltaria só para vê-lo outra vez. Não quis olhá-lo nos olhos para dizer o trauma que ele me deixou de amores platônicos e ruivos ou carteiros, só precisava saber se meu coração ordinário bateria algum solo descompassado

Um dois três, cinco... Sete... Ah, perdi as contas
Ele me sorriu tão calculista que penso se não treinou antes no espelho embaçado do banheiro sem tinta, se não fez isso com outra gurias... Balançou a cabeça quase tímido, com a delicadeza do bater das asas de um tristonho passarinho
Agora ele deve achar que sou maníaca pois não sabia fingir que estava esperando o sinal fechar a quase vinte minutos. Exatamente dezoito minutos, oitenta e sete passos... acho que perdi as contas, lúcidos dirão que perdi algo mais sério do que isso...

Um comentário:

  1. Desses sorrisos e olhares que duram apenas momentos... Como eu queria que tivessem nomes.

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