carrego nos dedos
o sentimento parece 
de uma pequena criatura, 
de olhos aparvalhados 
de coração drenalizado
o sentimento eu carrego
o que é 
pra mim o mundo 
eu me pergunto
o que fizemos 
das nossas delicadezas
o que fizemos 
da espuma e do sal, 
do brilho entardecente 
dessa piscina vazada e calma
os corpos não se jogam, 
o que os empurra
é a coragem 
daqueles que foram negados 
o sentimento próprio do mundo
daqueles que boiam 
e comem ovos na ceia, 
eu deveria ter apostado tudo 
mas me submeti 
a encenar a derrota
eu fracassei 
só para me sentir 
menos frágil
são nesses instantes 
em que o olho 
do furação 
me olha 
e arremessa sua fúria
eu sinto os ossos esmagados 
tentando escrever mais um título 
apostando o que não existe 
em um jogo marcado 
para que todos os vencedores 
se sentissem 
a derrota
eu abdiquei 
até a dormência 
que me fazia 
sentir a paz 
paz que eu nunca teria, 
pois eu carrego 
o sentimento do mundo 
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