tomando forma
se moldando em cicatriz 
me tomando pelos braços
e um arrepio
é talvez frio 
cobrindo as contusões 
a cor dos mamilos
e se 
eu falar sobre o aperto
deixo de escrever 
e fico logo nua 
só pra anunciar que sou sua
essa nudez
não só de roupa
e essa tela envernizada
de um tom anoitecido 
me vestindo
despindo
eu sou sua 
crua
miúdes
tecido e hepiderme
sua íris tom de noite 
sua língua como um véu 
(eu só sou sua quando estou nua)
Você é dona da poesia, molda os versos como ninguém.
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