quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Quase dei seu nome para meu título

Nunca gostei de sapatos abertos, pois meus pés são tortos e isso me lembra corações sem cadeados, assim desatentos, sem óculos ou lentes que aumentem o tamanho do perigo de um amor nesse Rio de Janeiro. Nunca gostei de você partindo em um ônibus colorido me partindo, e sorrindo assim sem jeito, como se não fosse cúmplice da minha paixão brutal.
Me põe no colo e me conta uma história sobre sua jornada de vida entregando declarações, minta sobre o nosso futuro, invente nomes para nossos dois filhos e cante algo que me faça chorar mais do que chorei por não te ouvir.

4 comentários:

  1. Senti isso pesar pra caramba, ainda por ser contado de forma tão sutil (um tanto contraditório, mas é isso). Parabéns pelo texto.

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  2. Vou chamar - em minha mente, teu poema de transfusão, porque senti como sangue novo, injetado e correndo acelerado em minhas veias. Tem essas horas tuas, que me deixam tomado de arrebatamento.
    Obrigado e saudações.
    quid.

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