terça-feira, 15 de setembro de 2020

1.0

chego à praia, coisa frenezi, uma tontura de chegar, subversa, digo, inteira imensa, de súbito De espuma grama e sal Bem que arranco uma âncora e nos pés uma corrente de corais me avança, bem certo que de espanto afundo de boca aberta. Gosto de gostar um gosto azul do céu do dia da praia, quando finca a cicatriz na cama da pele, faz sol que tem gosto de verão na boca Escancarada, quando a gente avança A distância fica maior, mas tem vezes que o gosto da terra é de um Açaí Maduro, e a infância um destino. 

sinto não ter chegado além do sentimento, e me sento indescritível por que Não poder tocar as palavras O mar amortecido, o que é que diga sinto muito. volto à imagem da praia ressecada, molhado a pele Em grãos macios, nuvem erguida embarcações, mais distante do que eu, o corpo. 

guardo no bolso o jornal aguado, e as letras uma fotografia 

o mar e as pedras, Duas bocas, os beijos aos berros de espuma e uma alegria me confunde com ? procuro palavras. sinônimo de tristeza é esmorecimento, e por não me sentir triste Acho que o sinônimo do meu sentimento não tem nome. mas decidi dar nome à praia e digo imagine Se a gente fosse dar nome a tudo o que encontra, Achei curioso que tivesse decidido dar um nome à praia e soube que era vontade de denominar o que eu sentia, e achando lugar nesse nome, acharia meu lugar no mundo Mania achar que no mundo eu tenha nome e mas não ache lugar  

Nenhum comentário:

Postar um comentário