segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

E além das coisas ínfimas dentro da bagagem 
Papel de ingresso, comida envelhecida, 
as vezes guimba do cigarro que a gente fumou sem assistir 

As vezes paro e sequer penso
É que o pensamento cai como um toró de verão 
na ânsia de te falar dessa faísca presa 

Além das luzes de outros prédios 
é possível que veja seu rosto refletido num quadro grande 
exposto na sala do vizinho 

É porque aceito seu tamanho em tudo que couber pensar 

que exista espaço pra parar... 
descansa enquanto a fumaça sobe e o motor aquece 
a chama viva 

Você sabe as vezes morrer
É pequeno


3 comentários:

  1. "As vezes paro e sequer penso
    É que o pensamento cai como um toró de verão
    na ânsia de te falar dessa faísca presa"

    Essa ânsia é água corrosiva, que desentope, ardendo.

    Parabéns pela naturalidade poética!

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  2. "É porque aceito seu tamanho em tudo que couber pensa"
    Esse trecho diz muito pra mim.

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  3. Descobri você! Como suas palavras ecoam...

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