terça-feira, 26 de janeiro de 2016

o verão e o verso ardem sob minha pele

quando a ladeira pede um pouco de calma
e a cor das fotografias perdem seu valor
é o pulso gemendo em silêncio
versos pingando 

a poesia vibra como um alarme
uma arma
um explosivo

o chuvisco cantarola
mesmo quando o dia amanhece neutro
e as plantas murcham
dentro de um pequeno vazo cinza
num simples relato de uma crônica malfeita

mesmo assim haja pulmão
os dedos
e peito
peito
só assim as palavras
os poetas
transam

e eu gozo com os punhos cerrados
ciente da fraqueza dos versos
enquanto o cimento da rua seca
sem que restem sinais de digitais
das folhas que despencam no verão

a poesia vibra como um alarme
uma arma
um explosivo

é nesse instante de distração
que o poema geme com delicadeza
e o último fôlego
acompanha o berro do coração
 

Um comentário:

  1. Sempre te leio, como quem vê um quadro na parede de uma casa por onde seguidamente, alguém passa.
    E é assim contigo, tu muda a luz da sala e a gente sempre grato por isso.
    Saudações!

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