quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

seguinte

evitar a claridade
do óbito
apalpando a persiana
enquanto o álcool
suplica dentro da garrafa
passou da hora
de acordar
não tem roteiro
só um rodeio
de humanos
e carteiros
assaltos
semáforos
só para um pouco
na velocidade
do zoom
de meus olhos esfomeados
enquanto o cigarro
protesta dentro do cinzeiro
e as pontes
não ligam safenas
de um coração demente
a gente tem medo
antes de atravessar
no parapeito
a cidade sussura
que é hora
de saltar

4 comentários:

  1. Mais-que-perfeito.
    É como me sinto por dentro, inúmeras vezes.

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  2. Antes de perder o fôlego, um suspiro pelo encontro dessa poesia que de algum modo, me é.

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  3. Minha alegria é que teus poemas fazem bem a saúde, a minha.
    Felicidades e alegrias e um beijo, na tua boca que nunca vi nem li e leria e beijaria, se fosse surdo e pela ausência de dedos,mudo.
    Desejo muita poesia tua em 2016 .
    Saudações!

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