sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Flores de cemitério

Estou chorando um pouco de alma no escuro, minha dor se abre fúnebre como flor sem sol. Girando o sol, pois não aguento mais ficar parada na cama que deixa meus pés para fora no frio. Fumo um maço de cigarros para ajudar o destino com a morte, essa tristeza é quase elegante à noite quando borro os olhos de maquiagem e pinto os lábios com batom escancarado, hão pretextos de silenciá-los, mas não me calo, grito aos copos o meu desespero e soluço no fim da rodada. Eu marco a lateral dos copos e os corpos com o sangue ficcional da minha boca. Estou alcoólatra de ideologias que não me levam a nada, e estou exausta de ler tantas teorias, filosofias. Tenho ânsia de transar com essa poesia todo dia, então me consolo com alguns beijos ao meio-dia da prosa tímida exposta no estio do sol avermelhando as minhas costas.
Você teme amar uma mulher morta?
Fumei pedaços do meu coração para ver se doía.

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