terça-feira, 30 de janeiro de 2018

os caras mostraram
poesias dos mortos
jamais pensei que voltar para casa
e ver o semáforo entrar de acordo
com o clima
claustrofóbico, avermelhado
fosse tão melancólico 
o ponto em frente aos correios
do Humaitá
um bairro tranquilo
o semáforo
lentidão 
peguei aquele ônibus com você, h
depois daquilo desembestei
escrevi cartas
entreguei aos seus companheiros
pedi pra te avisar do meu amor enclausurado 
era bom pensar em amar
você no ônibus e eu atrás
voltando às horas em que perdi
acho que encontrei algum apoio
depois que entrei nas letras
acho que perdi alguma coisa 
continuam a me mostrar
poesias dos mortos
e quando o semáforo esquece
de esfriar
nós dias afobados e vermelhos
sinto vontade de atravessar;
o ônibus a porta o retrovisor
pra te mirar de frente
aberta
encontro com
a poesia 

Um comentário:

  1. Tua poesia é sempre uma entrega total, como se tu jogasse alma pra sentir espirito. Eu, de verdade gosto muito desse teu império de versos.
    Te leio mais pelo celular, por isso não comento tem sempre que se conectar, mas te leio. Queria que você soubesse disso, ainda que eu pense que já tenha disso isso antes..
    Saudações!
    Bom fim de semana e grande abraço.

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