terça-feira, 24 de abril de 2012

Meu poema

Quero que meus versos atinjam o colapso
Farei um poema sem traço
Sem forma
Poema sem rima, técnica
Sem palavras de efeito moral

Quero fazer um poema a pleno punho
As rosas que me perdoem, nele não estarão
Um poema que arrepie sem cautela
Nostalgize as crianças, moças velhas

Poema que seja ácido, com humor
Tenha, por favor, a seriedade de um doutor
Censura que me desculpe, não terei pudor
Quero um poema que fale do que sou.

Poema frágil como campos de lavandas
Bruto feito punho de homem trabalhador
Poesia enamorada
Dilacerada como coração de puta
Cálida igualmente flor

Poema que não simplesmente toque
Mas que fira, destrua
Palavras suicidas
Que só matem se for de amor

Farei um poema sem eu-lírico
Sem final feliz
Sem história
Quero que fique na memória

Que meu poema seja chato
Porém não será forçado
Colocarei nele perfume
Para que não seja lido,
Preciso que ele seja exalado

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