quinta-feira, 26 de julho de 2018

Morrer afogado em teus lábios de baunilha

Desculpa pela ruides dos versos secos, pela aspereza das palavras - só descem com a ajuda do álcool e o bolero. A lua sangrou das almas derrotadas, dos homens que jogaram e perderam a fé e a dama. Não quero demonstrar tristeza, mas homens como eu quando são golpeados não conseguem mais levantar sozinhos, o amor agora pra mim é uma diarreia. Perdoe as rugas que já traçam rios na minha pele empalhada, o jantar que esfriou às sete da manhã, as migalhas que você recebe de mim, pois já estou partido. Eu só preciso sair desse lugar medonho, dessa rua de saudade. Espero que você entenda que estou sozinho nesse barco, e eu sei, sei que você amaré, mas se viesse feito uma onda, não me importaria de morrer afogado em seus lábios molhados de baunilha. Não lamentaria a morte lírica do alcoólatra que se achava escritor.

[2014]

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