sexta-feira, 13 de julho de 2018

bolinho-de-chuva

acordei agora com o gosto na boca que nostalgia essa vontade de acordar minha véia cansada suas mãos de rugas dançando com o açúcar o cheiro de óleo quente o inferno não tem mãe

mas tô com vontade de rezar quando dizia que era Deus quem abençoe mas sem saber quem era deus quem era eu Quem

receio reler tudo e ver como está mudar as coisas mesmas de lugar dessa poesia é isso, a poesia tem me livrado e eu danço com ela como se fosse o açúcar doce as mãos de mãe

todo dia o dia não tem pressa, eu feito um cavalo em cima de mim e as vezes dou rédea pra você pra mim por nós vivo inconstante, ao passo da minha ânsia desmedida enfrento montanhas e valas

as chuvas e os bolinhos dão o traço bom que tempo algum é capaz de desfazer, o cheiro de mãe, a roupa pingando nos olhos no varal, teu cheiro de gás é um pouco de tudo o que me faz mover

as fotos e canções o bule chorando minha vez de fritar as impressões estão em cima dos móveis dos muros é possível ouvir tua voz repetida de Quem foge?

as vezes eu desisto de poesia e desisto de mim de nós mas surge um novo dia sem pressa eu assino embaixo e gostaria de ficar Quem seja com o gosto da nostalgia tua desse bolo molhado de chuva

Nenhum comentário:

Postar um comentário