quinta-feira, 7 de abril de 2016

Há um instinto de fuga agindo sob meus dedos

Esfumaçando órgãos franzinos
Arquitetando ruínas
Ferindo o semblante entorpecido
Esse instinto me intitula carcereira
De uma fome que me consome

[Não existo]

Transita viscosa através da pele
Como dói o poema!
Coagulado no deslize pela garganta
Embargando o que nem sei dizer
Porque é belo e lúdico
Nunca ousei tocar
Porque é esdrúxulo e sublime
Mesmo que o céu casto persista mudo
Na neblina trancafiada dos olhos
Meu corpo é arquitetura dos versos
E dormita em plácido horror
À espera de um instante em harmonia

[Só encontro ao me perder na poesia]

Um comentário:

  1. Há uma alegria e agradecimento sob os meus dedos, sempre depois que te leio, sinto e te digo obrigado.
    Teus versos são uma arquitetura de sonhos e sentimentos.
    Obrigado e um abraço.

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