terça-feira, 23 de setembro de 2025

fila do pão

no supermercado ao lado das bananas pratas no preço de prata eu me lembro ao longe de um poema, sem nome, que passei a noite pensando em te escrever um poema, desses corridos, ininterruptos aguardo o pão fresco e vejo fios da chuva pelo recorte da saída, penso que na sua cidade haverão outros fios, a cidade inteira, e nós desligados dentro de estabelecimentos cheios de luzes artificiais. o pão está pronto, a fila se forma e todos furam o meu lugar, e eu não me surpreendo. por estar distraída. penso que o poema poderia dizer da sua distração comigo. mas a vida se faz dessa forma, se forma como se faz. penso, se você não se posiciona, tem de paisagem as costas. 

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