terça-feira, 2 de janeiro de 2024

dois mil e vinte e quatro

é novo ano. ao acaso, nada. 
sinto como se devesse projetar
uma – infalível – revolução
na minha vida, 

acho que toda a empolgação
do meu mundo teve o seu desterro. 
encerrei (selei) o meu destino. 

espio-me a rastejar pelas margens
untuosas dos meus nervos, 
estou por um fio, por um lance 
de dardos.

à disposição dos futuros 
e inúteis sucessos & fracassos, 
abdiquei de fugir, sou hoje a lebre 
a contemplar o machado. 

de olhos arregalados, pouso 
a mão sob o para-brisas, 
o vôo do coiote tão circular me fita. 

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