quinta-feira, 18 de julho de 2019

para onde, Cristo?

eu vi os olhos molharem
ao provar o corpo de Cristo
eu ajoelhei e um silêncio
muito profundo me arrebentou
não poderia pedir outra benção
se não da sensibilidade
as palavras me afogam
meu corpo à prova
o mundo me faz doída
e os meus ossos inflamados
de uma vontade de correr
para onde, Cristo?
provo a vontade divina
e meu choro finalmente derrama
seu milagre de viver
nesses instantes
eu me surpreendo pela vida
insisto na sensibilidade
que me toca até lá onde desconheço
para onde, Cristo?
me lanço ao mais abismal
que há na solidão das palavras 

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