sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

escrevia

quando lhe falta amor corre aos poemas
e quando lhe sobra corre as manhãs

os ciganos lhe concederiam um cálice
de vinho em uma bandeja de prata

e as avós te diriam anedotas, as crianças,
essas continuariam brincando

teus dedos tem sabor de livro
o hálito desconheço teu hábito diário
tuas roupas despidas teu carvão na unha

do pouco que sei é muito pouco mas leio em teus olhos fugidios memórias póstumas

leio teu ombro e encontro o sol e encontro o céu nosso céu encostado

faz mais desse teu artifício incandescido pois a manhã tem renascido
quando lhe falte amor recorra

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