segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

última parada

cheiro
perfume
canto
da rua
enquanto
sem graça
o equívoco
me leva
a outro corpo
que almejo
seu 
passo brando
retorno à memória
beirando essa distância
predestinada pela história
que jamais vivemos
riso 

sem graça
avanço

mantenho
os
passos
e acho estúpida 

o descuido
possa cruzar 

seu caminho
colidir 

nossos corpos
confusão 

da rua 
tu pára
o pensamento 

e me vê
apressada 

suando 
de frio
calor

hora do almoço
você
passou?

seria
qualquer uma
o motivo
minha mágoa
o orgulho
ombros erguidos
repito
palavras
mudo
de calçada
vazia
você
também sorri
assim
esticando
o lábio
pro canto
pressionando
a pele
na parede
as folhas subindo
os troncos
e curvas
desvio
ali
seu
sorriso
virando
a esquina
parei
por aqui 

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