quarta-feira, 16 de novembro de 2016

desagua

Ergo o corpo e permaneço ao chão 
Fecho as pálpebras 
mas assisto a luz da lua entrar 
com tamanha fúria! 

Daqui a falta de cor 
me parece um elogio insosso
retinas discretas, parede, teto, casa, e por acaso 
descrevo a estética do corpo 
De novo 
Tento de novo 

Movo

De quem é o corpo? 
Do que 
falar o porquê tanta pergunta? 
Me vem da boca a secura de dentro

Retorno ao corpo com a inocência 
de um filho espremido no útero, ressequido, 
e fracasso como quem abdica a mágoa dos antepassados 

choro e mingo sedento 
Não se pode parar 

Rezo sem Deus
fechadura aberta, o corpo

N
A
D
A

2 comentários:

  1. Senti a agonia aqui dentro, levantando meus pelos de arrepio! Cruzes, nem sei te dizer se esse nada é tão ruim assim

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  2. Senti a agonia aqui dentro, levantando meus pelos de arrepio! Cruzes, nem sei te dizer se esse nada é tão ruim assim

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