sexta-feira, 4 de novembro de 2016

as vozes
o repertório
repetido
tanto
que parece eco
de uma memória
irremediável
a voz
no escuro
em claro
estão no mudo
convulso
barulho invisível
de bocas imóveis
o que sou
você me pergunta
piscaria se olhos tivesse
como resposta simultânea
e guardo relíquias
insubstituíveis
se palavras fossem  sons
tanta cólera por isso
esse silêncio tentei
vezes trancafiada
noite é entrada
soam vozes
geradas
murmúrio
soa lágrima no lábio inerte
e corre sincrônico
soluço
preciosa pressa
causar língua
grito desumano
severo e
indizível
cedendo relato
mínimo
abrir a boca
o instante fala
uso impreciso   palavras
sentido
só o que sinto

ver
buscando dizer

o que fomos perdido?

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