quarta-feira, 20 de julho de 2016

terráqueos

fotossíntese, lâmina, acne, transformidade, cabide pequeno e lacre em caixa de papelão, transtorno pré-consultado e o diagnóstico de uma aparente falta de tudo
mas talvez seja o excesso talvez o avanço dos carros indiquem a hora de atravessar - linhas em sincronia na blusa de manga comprida faixa de pedestre quanto custa não passar faz tanto tempo que não chupo uma fruta
é esse buraco na terra, o efeito da nuvem sobre a lua cheia, completinha. mas é que o pão veio duro, o troco inteiro, a alça do saco arrebenta mesmo sem peso, sim o buraco é fundo, não posso ver
as armações foram compradas em 5x sem juros é que o blecaute não teme as lentes a prova de ver além é mais do que esticar o pescoço tira os óculos escuros pra ver o tom do céu que agora é alegoria pro alvoroço melancólicos dos pombos dessa cidade indefinível
é que basta de descrições hipotéticas do que seria eu e você e mais aquele ali ninguém é tão completo assim, não tento argumentar, isso é passado enquanto a gente marcha e ali mancha de sangue estendida no horário de
volta pra casa
celulose, catarro na garganta parecendo fala contida, me contenho tanto que se quiser nem existo, deixo escapar suspiro como um símbolo de prosa que ofereço humilde sem valor de devoção - me sobra perplexo espasmo da completude de estarmos habituados ao chão

Um comentário:

  1. Ai,Gy...
    Você é um pouco de Leminski e Meireles, você é tão você, que esbarra nos melhores e consegue ser ainda mais fantástica.


    PS: Fiquei um mês com o blog desativado e voltei por blogs como este, que acompanho e gosto muito.

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