desbotando deitada à cama 
revivo o sol em seus olhos
bem perdido 
como se fosse um ponteiro
de um relógio atrasado
e todos os pesadelos regressam
mesmo que o sono não entre
por intermédio das pálpebras 
no meio de nós unidos entrelinhas 
o pequeno calor acaricia meu peito nu 
mas o verão me esgota tanto 
a ponto de gingar os joelhos 
em plena praça pública 
só de serventia pro pleonasmo vicioso 
essa estrela de fogo 
digita sob minha pele ociosa
cada confissão enfurnada 
dentro 
de um corpo maleável 
e todos os pesadelos são prelúdios 
mesmo que a noite durma 
sob nossas carcaças 
não havendo antídoto pra vigília
da lua enquadrada acima da cidade 
incolor e despida
revelo traumatismos 
através da linguagem
tão sucinta que outro não notaria 
esse escarçel implícito 
tão acolhido 
pelo sol entardecido 
dentro do seu globo ocular 
um planeta inteiro encolhido
e um sorriso refletido
meu busto umidamente descalço 
exausto de não repousar
mas o sonho intacto
enrolado em nosso suor 
estagna o tempo em fuga 
e a madrugada que não tarda 
todo verão contido em sóis
Caramba, te ler me fez falta!
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