quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Gula

Seu pentelho em minha boca
Vagando autônomo 
Virando espinha na garganta e prato principal 
No jornal há notícias sobre a cura da sua escoliose charmosa 
paradoxal ao peso que carrega nas costas 
de tanta poesia mal comida
Indigesta
Aguardando uma fresta

Bolo de festa e um chá de boldo pra atenuar o gosto de vida
escorrendo pelo queixo gerando um sorriso de gozo quase ingênuo
(Porém duvidoso)

As letras flácidas na sopa
e no seu torso um dicionário de sentidos 
foi traduzido pela língua não padrão
Seus olhos quentes como o inferno
Prontos pra assar as minhas maçãs do rosto 
deixando um gosto de desgosto 
na rima que te faço muda

A poesia foi engolida ateando fogo no verso 
trazido na ponta da língua 
Assim requentado
Tem um pentelho no meu prato

3 comentários:

  1. Tua poesia é tão peculiar, adivinharia ser tua nos muros do Rio ou de qualquer cidade e me encanta, sempre. Obg, eu leio, releio, com gula.

    ResponderExcluir
  2. Tu é a minha poetisa preferida, acho que já disse isso, mas me agradar repetir porque o prazer que sinto contigo - quando te leio,é imenso.
    Saudações e um bom fim de semana.

    ResponderExcluir