segunda-feira, 25 de agosto de 2025

sábado, 16 de agosto de 2025

lírio

do útero de uma flor
estreamos, lírios, líricos 

neste lívido suspiro a nascer 

(pólen, pólen)

o coração enfeitará nossas pétalas 

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

alarde

I

eu tremo quando te escrevo,
eu tremo, te escrevo. 

a lua valsando descalça
sob nuvens lilases

anúncios nos letreiros das bancas: 
tu virás junto à tempestade. 

II

eu venho a ti. embora 
não se anuncie o ruído dos sinos. 

ainda que vivas: 
trovão – inaudível 

fim do alarde. 

III

vê-se o sinal de um desastre.

soa o alarme (infravermelho) dentro 
de uma sala inócua 
no peito. 

IV

eu te amo e tremo quando te escrevo. 

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Infinita, Marília R.C.

as minhas serpentes são divergentes.
os meus dentes, as mordidas,
os meus ascendentes; indecentes,
descendentes. e ela me instiga. 

os banhos são 
ágeis e quentes e 

no velório de Marília
vi o seu corpo incidente de mármore. 
não só a rima, ela
está aqui, na memória, 
                                [no sem fim, sepultado]
prescrito da estória. 

no balanço do pulso, as pérolas coincidem
com o brilho da noite. A noite. Marília.