no teu carro, eu te proponho
um lugar mais arejado
onde ninguém me veja
sair ou entrar e venha
me questionar
o que nós somos.
o que nós somos:
dois ilustres apagões
dentro da quina da cidade
incandescendo os canteiros à lira
de cordas endiabradas.
nos sugerem trovões...
plácidos, impávidos,
às quatro e quarenta e seis
do dia musgo púrpura. o que de nós
escama? rapé ao pé dos trapos,
dos números das placas,
alguém decorou?
vejo a mim contigo, a princípio
o que de nós nos toma? além
do murro do desejo incendiado
revejo o cheiro do teu beijo, farol
do Fusca verde ainda nefasto.