segunda-feira, 3 de julho de 2023

um poema óbvio

explico-me sobre o que quis dizer 
com o poema que tenho em mãos 

ele me pergunta porque eu faço isso
se o acho insensível a ponto 
de não compreender 
um poema tão óbvio

ele sempre tem 
uma arma nas mãos
e eu continuo a ler poemas 
sem pausas, ele fica estático
com o copo de vidro suado nas mãos

olho para o outro lado da rua
o letreiro do posto de gasolina 
me atrai por alguns segundos

ele me pergunta porque eu faço isso
se o acho insensível por não ler 
um silêncio tão óbvio 

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