terça-feira, 22 de novembro de 2022

sorvete de café

ao símbolo do infinito o 
dedo entrelaçado nas costas 
de um morcego cego

as fotos e os faróis

nós que engatinhamos 
nas escamas de uma pomba
presa na cidade do centro

a praça e uma caderneta

nós que nos sentamos
naquele dia o sol secando
o estrume dos bancos

e tomamos um sorvete de café 
e pistache por cima das pedras

o que eu mais quero deste poema 
é que não derreta sob os meus dedos 

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