fruste a função de um poema mordido 
três copos de vidro e um anel de metade
ouro metade metal 
o rosto de um vampiro
no parabrisas estatelado e letal 
anoitece bem antes da noite anoitecer 
os olhos dormentes dos autores 
ainda é cedo para não ceder 
há quem diga que eu dormi de braços
cruzados era apenas o meu modo 
de demonstrar cuidado 
até as roupas de cama envelopados 
poeira até entre as palavras e os quadros 
mas permitimos que as aranhas morassem 
conosco os fios de telefone sem fio 
da vida eu só levo o meu batom 
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