segunda-feira, 4 de maio de 2020

até a eternidade

cheguei a tempo de te escrever uma canção
o sol sabido abriu teus panos
despida a poesia alinhada a teus lábios
a carne da boca avenida da saudade
muita bandeira e muitos planos
toda revolta é o anúncio
de que acordamos
para onde iríamos
se não fosse o corpo
o que bebemos
se não for o cálice
a minha mão no teu comprimento
nos despedimos até amanhã
até quando a cicatriz
não calo o nosso canto

Nenhum comentário:

Postar um comentário