domingo, 2 de fevereiro de 2020

Dorme, meu filho

Dorme, meu filho
pois a sombra reclinada 
é somente o encosto da cama
deleitando do teu descano

Tuas fraquezas, se expostas,  
rosto às luvas, se descubra 
o novo mundo
na palma das mãos

Verá que das mãos dormentes
erguerá taças, e se inclinadas,
estará a apoiar o rosto 
em desespero
mas que serão gigantes 
teus poemas

E há de encontrar face
a te perturbar 
a solidão não será
mais somente tua
mas de um desconhecido

No desvendar da glória
acreditará estar vencido
talvez pelo ego 
esse que te definha
talvez pelo gosto agridoce 
no caldo da boca

Dorme, meu filho
amanhã a gente sabe que virá
ontem você sabe que já foi
agora tens o sonho de um menino

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