segunda-feira, 17 de agosto de 2015

morri sete vezes
mesmo não sendo bicho
no colo de João

topei com o céu no dia treze
transei com os dedos no jantar
deixei que a poesia escorresse
pela mão espalmada

tracei um hemisfério
transa em cada verso
narrando o inverso de estar
segura no colo mudo de João

ninguém falou sobre as mortes
intermináveis do coração de
uma mulher
ninguém falou do coração
ninguém falou
João
ninguém

3 comentários:

  1. Não sou João,mas tu me deixa emudecido e de olhos umedecidos com tua poesia escorrida. É tão profundamente humano esse momento, que posso sentir uma paz, como aquela depois do gozo.
    Beijo a minha alegria em tuas mãos,
    boa semana.

    ResponderExcluir
  2. João é sempre alguém dentro de nós.

    Sempre me surpreendo vindo aqui.

    ResponderExcluir
  3. A ternura rasgou algo dentro de mim.
    Sempre vou querer te ler.

    ResponderExcluir