domingo, 3 de maio de 2015

cartas na rua

você permanece  
em mim  
apenas dentro  do espaço  
guardado  
para esquecer insanidades platônicas 
pendurado  
pelo pescoço  
cantando blasfêmias  
sobre o tal amor que tanto renega a finco sob o sol da tarde  
só seus olhos  
se conservam intactos 
quando olho  
para o infinito  
e te pinto em memórias invisíveis  
a quem não acredita em acasos 
são tantas  
poesias bordadas com o seu nome gigantesco  
imagine o amor sendo uma farsa  
a favor da arte marginalizada  
por Deuses modernistas 
só o meu desapego  
virou rotina 
quando atravesso um quarteirão inteiro para te perder de vista 
não são as minhas palavras que te movem  
mas estou sempre te dando vida nas poesias...  
(sou turista no amor) 
mas abrigo  
o meu coração em sua porta 
 para achar  
entrada  
quando houver  
um descuido seu ao sair para entregar as malditas cartas,  
carteiro 
são tantas cartas  

e nenhuma notícia sua 

5 comentários:

  1. A tu poesia dolorida é linda, me parece assim ...infinitamente linda e doída. Mas acho que tu já disse isso, então me resta parafrasear você e agradecer,
    obrigado.

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  2. Poema/carta sensível e sentida. Qualquer espera é terrível!
    Beijo.

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  3. Este Carteiro...
    Ah sempre ele, ainda bem. <3

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  4. "que imagino o
    amor sendo uma farsa à favor da arte
    marginalizada por Deuses modernistas"
    Muito bom! Adorei esse trecho.
    Você sempre com metáforas criativas.
    beijos.

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  5. Li e reli ouvindo "Pois é". Acredito sentir-me triste agora.
    Pensei em: "nenhuma notícia sua" entre tanta poesia minha.

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