cujo coração é do formato de uma caixa
de fósforos sem fósforos
acendi-os na pior hora da escuridão
quando a solidão ligou a lanterna
a me apontar o fundo de uma cratera
entrei nela como quem das sombras
colhe da boca a seiva eterna
a jorrar minha mágoa no mundo
em meu coração jovial o pobre pardal
não tem nome ou cor nas plumas
mas vibra tão alto quanto a sirene
de uma ambulância com um corpo
lânguido dentro a desfalecer
em meu pardal há um coração de cinzas
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