sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

há um pardal no meu coração

em meu coração jovial vibra um pardal 
cujo coração é do formato de uma caixa 
de fósforos sem fósforos 

acendi-os na pior hora da escuridão
quando a solidão ligou a lanterna 
a me apontar o fundo de uma cratera 

entrei nela como quem das sombras 
colhe da boca a seiva eterna
a jorrar minha mágoa no mundo 

em meu coração jovial o pobre pardal 
não tem nome ou cor nas plumas 

mas vibra tão alto quanto a sirene 
de uma ambulância com um corpo 
lânguido dentro a desfalecer 

em meu pardal há um coração de cinzas 

Nenhum comentário:

Postar um comentário