ofereci-os aos póstumos, 
estou no puro ócio da dipirona 
mas a sirene dos aparelhos não me sai
da cuca, aqui enfiada as cores de um
vermelho chopp de vinho
minha dor não cessa, na cabeça você 
azul creio
que são os poemas, 
eles e vocês não irão me deixar acender 
mas ainda ouço sim gorjeios 
só de avistar as suas plumas, 
assim imagino que a solidão é do sabor 
da pena de um pássaro ao chão 
me imagino sem palavras, 
esse milagre que não nasci para ceder 
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