terça-feira, 21 de maio de 2024

penas e pássaros

indaguei tantos poemas 
ofereci-os aos póstumos, 
estou no puro ócio da dipirona 

mas a sirene dos aparelhos não me sai
da cuca, aqui enfiada as cores de um
vermelho chopp de vinho

minha dor não cessa, na cabeça você 
azul creio
que são os poemas, 
eles e vocês não irão me deixar acender 

mas ainda ouço sim gorjeios 
só de avistar as suas plumas, 
assim imagino que a solidão é do sabor 
da pena de um pássaro ao chão 

me imagino sem palavras, 
esse milagre que não nasci para ceder 

Nenhum comentário:

Postar um comentário