recordo dos dias joviais 
os quais eu te via pelo 
vínculo maciço da porta 
da sua figura de óculos da largura 
do rosto escuro, cintilando 
melado pelo sol esverdeado 
ao som da tarde macia 
eu queria era descascar 
uma tangerina sob o vínculo 
dos seus dedos, com zelo 
sob os nossos míseros pecados 
debaixo de uma oliveira 
contigo, eu que bem te vejo 
entrecortado de sol verde nítido 
maduro ao meu lado
debaixo da sombra dos rostos 
desajustados, o seu pescoço
meigo cheirando a mel de tangerina 
você me conta com detalhes 
sobre o seu passado, eu fico contente 
de passar o fim dos meus dias contigo
risco as nossas iniciais no tronco 
das olivas, brinco com o seu 
sobrenome na terra, rabisco um sol 
no tom do seu corpo amadeirado 
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