domingo, 4 de dezembro de 2022

poemas movediços ou contradição

o meu silêncio fura o chão. 
há quem suponha que estávamos
enterradas, no calo de um dromedário

eu não digo estarmos contrariadas. 

o suor nos descia a depilar as costas
e a deformação das palavras. 
eu que abro a boca para calar
a sede, derreto o copo de plástico. 

o caju me interrompe o soluço
arenosas imagens, mulheres 
em uma ampulheta às horas gravadas: 

reflito o meu deserto real-imaginário. 

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