quinta-feira, 14 de outubro de 2021

revisto o museu da infância

lembro quando as colhia 
no chão esverdeado daquele jardim 
robusto, imerso. mangas suculentas 
por obra do susto da queda, molengas. 

eu as trazia nos fundos bolsos,
mangas que se acomodavam inteiriças 
nos bicos famintos dos pardais, 
de corpulências tão sutis. 

os rastros amarelos 
de sumo das mangas 
permanecem espalhados 
pelas folhas dos meus rascunhos. 
 
as mangas, verdes
dependuradas nas árvores verdes
de amarelo maduro o tom, 
aquela saudade arquivada na memória. 

Um comentário:

  1. e a elegância nos gestos, como na poesia e pelos amores contidos nas lembranças, ainda que sejam só crianças todas as lembranças e os brinquedos cheios de bons acontecimentos.
    Grande abraço!

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