terça-feira, 30 de outubro de 2018

acalmante

fico a espreita de um poema
de tua publicação,
sei que os rumos desse país
tem nos deixado orfãos
desamparados
provavelmente teus poemas
estejam ocupados em gritos
urros
inalgurando um novo
sistema ou politicagem,
veja meu bem,
escute pois te digo
só amor e arte estejam
comandando os papéis
nos vejo próximos nesse instante
mas ainda assim quando me vejo
a espreita do mundo
e dos olhos estupefados
tento recorrer aos poemas
e os reli tanto
que soam automáticos
quereria algo inédito assim
como são os teus poemas
agindo sob meu corpo
um antiinflamatorio pois,
acredito que não seja novidade,
estou inflada
é só um processo
de dores internas
me esmagando contra a cama,
e quando abro os olhos
depois de ter dormido dias e dias,
estou a espreita da tua poesia
servindo-me
dizendo
tire-me
dessa anestesia.

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