terça-feira, 11 de setembro de 2018

teu poema de saudade que me chama?

ele retornou no quinto dia útil
portando um sorriso 33mm
próximo à terça da paixão.
quando do alto a gente
estendia os braços!!
e seguia vagalumes,
o vermelho das caras
estampavam as cores do bairro,
era alvoroçada tal fugacidade
desnaturada de cavalos-marinhos...

quando voltou àquela hora
já fora tarde para dizer que esquecera,
os poemas prendidos na língua,
recitava como quem descrevia
um quadro largo na mesa do jantar.

dizia da languidez do vulcão
que parecia ferver por debaixo
dos panos mastigados,
parecia sorrir sem hora precisa
como um gatilho.
e me mostrou com os dedos
o mapa escondido bem

na bordinha do céu,
e os olhos de ver tamanho mistério
desaguavam estrelinhas...
sinto uma grandeza de narrar
esse encontro/essa chegada
pois descobrira coisas
encolhidas no verso que fazia
ao estirar a boca.
revelara que o rio não somente flui
como navega em si
e jamais retorna
que às vezes o bonde é transporte
de saudade,
que o gosto gelado de inverno
queima a oleosidade dos cabelos,
que o mundo...

ainda descobriria

retornaria como quem envia
uma carta às pressas,
anunciara chegada.
ao certo, sei quem és,

mas certamente só através da experiência

e há de se saber que por experiência
decerto não sei. quem és?

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