segunda-feira, 28 de julho de 2014

XIX

Nascida dos retalhos de uma noite mal dormida
do coito errante de um amor desnaturado
fruto de um equívoco
Mas veio certa, íntegra
com sede de viver até gastar a fonte dos riachos
até cansar a sola dos pés de caminhos sem trilha
Perdendo-se e
descobrindo novas regras mentais
debruçando o corpo em chamas na sacada da alma
para inalar a mais pura liberdade conquistada
Da própria solidão ela se possuía
mas no fim da noite não pertencia a nada - nem a si mesma
Deleitando-se de camas e espaços vazios
aproximando-se ligeira do íntimo e vulgar
colocando o coração em um altar particular
pois amor não poderia faltar


6 comentários:

  1. eu bebi uns vinhos, e já comentei duas vezes e penso que isso é indiscrição, mas sou indiscreto quando não presto atenção - não aparecem as duas vezes que comentei, e nem sei pq comento você sabe o que sinto quando te leio: o que desperta alegria e prazer.
    Ney de Borba

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  2. Ney, indiscrição na minha linguagem é reprimir o que se quer exprimir... comente a vontade e agradeço por sentir coisas boas

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  3. Bom dia Gyzelle.. quando o corpo deita-se na cama vazia e rola, vira a cama do avesso a procurar o amor que poderia se entrelaçar a si e não o acha deve-se querer mergulhar fundo dentro de si e entender o pq o amor se isola e não dá as caras para que a noite seja muito bem dormida e sem a maldita insônia que quem naõ o tem acaba por ter.. abraços e até semrpe

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  4. Uau! Muito profundo, muito carnal, muito humano, melancólico-melodramático e forte, difícil de tragar. Eu senti o que escreveu. Combinação perigosa essa mas, causal: Solidão, íntimo e vulgar.

    Parabéns pela escrita.

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  5. Versos de uma pessoa de paixões, é o que me parece.
    Escrito de muita beleza e coração.

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  6. A cada novo texto que leio aqui percebo como a tua escrita é singular, natural. Gosto muito do teu estilo de expressar os teus desejos, sem deixar de demonstrar o teu íntimo, a tua condição humana...
    E gostei muito das mudanças que você fez no teu blog, ficou mais maduro, personalizado, com a tua cara, digamos (sei que algumas pessoas já te disseram isso, mas...), enfim, parabéns pela belíssima poesia.

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