Assino impávida em todas as cartas amassadas minha insanidade
com letras que você julga ilegíveis mas são códigos
para adentrar na minha gruta de obsessões e falácias
tão ricas de lirimos e carentes de realismo
Vão dizer que minha paranóia é culpa dos signos
desde um parto prematuro levo no sangue e na matéria
o escorpião a me envenenar a sorte, a tontear os homens
que se apoderam de lascívia ao saber que tenho esse zodíaco quente
mas desconhecem o meu ascendente
Aceito as minhas lástimas com gosto de vinho tinto nos lábios
só para fazer jus a toda astrologia que corre pelas veias
e artérias que me bombeiam forte o coração malicioso
que toca um ritmo vicioso
Sou esse verso sem romantismo que você lê estampado nos postes
e por meus viadutos passaram ilusões tão rudes
que me vesti de mulher madura
só para enfrentar violentamente a rua
enquanto grito forçando os pulmões doentes que não sou sua
Eu sou da Lua que é sujeita a frases intermináveis
de fases incontáveis
e amores incansáveis
Vê como isso soa tão dolorosamente poético?
O seu ritmo de raciocínio que compõe o ritmo da escrita é muito bom, nos dá uma leitura fluída e não desgastante, começa-se a ler uma estrofe e logo já se está no fim de outra, não por falta de conteúdo, mas, por prazer em percorrer os versos, por falta de perceber o tempo. Isso é bom, muito bom. Parabéns.
ResponderExcluirAh Gyzelle, suas palavras parecem dançar em mim. E de uma maneira forte , profunda . Muito bom.
ResponderExcluirIsso soa tão dolorosamente lindo. Sempre.
ResponderExcluirAbri uma garrafa de vinho para brindar ao teu poema e à você, que o Universo cuide sempre de ti que nos dá o bom de ti e à nós que bebemos da tua generosidade poética.
ResponderExcluirUm brinde ! Beijo em tuas mãos minha alegria, saudações
Ney.